No túnel do Tempo

 

No túnel do Tempo

Português

 

 
 
O silêncio escorrega
no túnel vazio da tua ausência.
As palavras despem-se
do sentido que as cobrem
e vestem-se de longos momentos
de agonia.
Já não ouço mais nenhum som.
O vazio aumenta.
O vácuo engole voraz
a tua imagem
e o meu pensamento desfalece,
e audaz se desfaz,
na poeira do tempo
que o contempla.
Quero gritar,
mas nenhum som
se dispõe a me escutar.
As palavras se dispersam
e se perdem num emaranhado
de teias invisíveis.
Não vejo mais sentido
em nada do que eu digo.
Nem com frases mais eu consigo
descrever o que eu sinto.
O tempo corroeu o meu eu.
Desfez as marcas incrustadas
na saudade que grita
e agoniza na calçada.
 
 
 
Débora Benvenuti
 
 
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O vácuo engole voraz

O vácuo engole voraz

a tua imagem

e o meu pensamento desfalece,

 

 

 

Quero gritar,

Quero gritar,

mas nenhum som

se dispõe a me escutar.

O tempo corroeu o meu eu.

O tempo corroeu o meu eu.

Desfez as marcas incrustadas

na saudade que grita

e agoniza na calçada.

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