Oiço ao longe intensas e vibrantes badaladas
O chilrear brejeiro e alegre dos pardais
Que tal como eu sentindo a suave brisa de vento
Os deuses roubaram-me a lua do céu
Imensa ela brilhava e encantava
E profundo e intenso aquele desnudado encanto,
A minha alma preenchia.
Saltitando de ramo em ramo,
Como se fossem somente uma nuvem de sonho
Brejeiros cantarolando o extâse da vida
No seu canto carregam toda a fragilidade
Nas brumas da realidade
Fugazes momentos que transbordam de vida
Presença única que de ti, universo infindo
Encontro nas vísceras que em mim reclamam
Eu tentava fugir do mundo
Com razões para chorar
Na sombra de um pé de ipê
Sentei num banco para descansar
Quando surgiu um menino cansado
E este imenso mar abalroa o meu olhar
Sonantes ondas transpõem o meu ser
De profundidade sedento,
Jamais desenhada na superficialidade desta realidade,
Na desmedida ânsia desta escrita
Me traduzo sem pudor,
Regurgitando a minha angústia
Abençoando os meus amores
E exorcizando os meus desamores,
Em ti revejo o meu lado breu,
Asas sentidas e de mim arrancadas
Com golpes desferidos no sentir do meu ser
E tu jamais me encontrarás
E assim me encontro e desencontro
Suavemente o teu olhar tocando
Que me penetra e confunde,
Aquele olhar que jamais encontrei
No mais profundo do meu ser.
Numa noite de luar as estrelas disseram-me
Um dia os homens sonharão,
Com essa tão desmedida liberdade
Que o meu coração sempre albergou
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