Temo as sombras e o burburinho …

 

Temo as sombras e o burburinho …

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Temo as sombras e o burburinho … 
 
Temo as sombras e o burburinho, 
Temo este mundo e o outro, 
O novelo sem roca e obra feita,
Temo o que é invisível e o que vejo,
 
Novela, enredo, falso pergaminho,
Levitável o monge de Damão na Índia,
Lamentável a minha condição,
De temente a Deus e não aos espaços
 
Grandes, quanto os desses. 
Miseráveis as palavras que deixo,
Temo o burburinho e as ombreiras
Das portas, as ruas aos “esses”,
 
Às vezes surge-me na ideia, o que
Estou sonhando e quase toco 
Nos sons do outro lado, embora
Seja uma sinfonia complexa, 
 
E os anjos tão reais como qualquer
Um de nós, anunciando o privilégio
De serem divinos, seremos quem 
Nos representa, a obra feita,
 
Salvo o facto de existirmos,
Entre sombras e burburinho.
Sombra de choupo não é mogno, 
O vácuo não tem consciência de broca, 
 
Nem a esperança é negra,
Como eu dizia inda agora plo caminho,
Por mais que pertença a este, 
Sinto o outro, não o repudio…
 
 
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