Deves-me a eternidade

 

Deves-me a eternidade

Português

Perguntas-me os porquês do que te escrevo

e não te sei responder

 A minha cabeça enche-se de fumo

o meu coração torna-se num bocado de grafite que te escreve

mas não te sabe responder.

Dizes não ter jeito com as palavras, pois eu também não o tenho.

Tu porque não falas, eu porque falo e não sei o que digo. 

 

Tento descontroladamente acorrentar todos os teus pedacinhos doces

mas não há prisões suficientemente fortes

feitas de cristais de fumo

com fechaduras de diamantes lapidados por sonhos.

Cadeias fluorescentes que só poderiam ser abertas com uma chave de mercúrio,

porque chaves assim não ferem o orgulho.

Olho-te desconfiada e não acredito que és tu.  

Mergulho nos teus olhos só para me afogar e me salvares.

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