O homem sem rosto

 

O homem sem rosto

Português
 
 
Na bruma da noite,
o teu vulto eu vejo aparecer
e quanto mais de mim te aproximas,
mais eu desejo te ver.
Mas sempre é a mesma coisa:
- Vejo que te aproximas devagar,
como se flutuasses no ar.
Teus passos são leves,
seguros, decididos.
Estendo os braços e tento te abraçar,
mas por mais que eu tente o teu rosto tocar,
percebo que estás envolto em uma bruma cerrada
e assim de mim não consegues te aproximar.
Tento visualizar o teu rosto,
mas vejo com desgosto,
o quanto é difícil te tocar.
A bruma se dissipa no ar,
então penso que é hora
do teu rosto eu vislumbrar,
mas vejo com tristeza
que acabo de acordar.
 
 
Débora Benvenuti
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