De tudo ficou um pouco.
As rosas brancas enforcadas pelo azul que traduz a vossa ausência
O sol que bate mas não entra
A falsa grinalda de falsas vivências
As gavetas fechadas
O assento vazio e sem cor
A música que já não toca
As portas batidas por culpa de ninguém
As gotas que caem, que insistem em cair
O sangue que nunca foi derramado
O esquecimento
A lembrança que ainda paira
A vidraça, a fingida estampa
O vazio
O dó menor do silêncio
A máscara que encobre
O espelho que não revela
O alarme que já não toca
O toque
O batimento três vezes em vão
E mais meio
O medo, a força
Estas paredes finas
O teto que descai
Há vida para lá destas paredes
A vontade e a falta dela
O amor e a ilusão
De tudo isto fica sempre um pouco.
Dedos que apontam sem direção
Notícias que chegam e chocam
Visitas que não desejo
Esta falta de alma
O devaneio
A falta de atenção, vossa e minha
Aquilo em que já não acredito
O fio que se desliga
A reta final e o novo começo
O cordão que não veio
A maturidade
Os finais do dia
A capa negra, vazia e triste
O chão que pisas
Os três pedaços de azul, de um azul apagado
As três pontas de orgulho
As cinco chagas
O sufoco
A fila da frente
A plateia que não aplaude
A maior conquista
As dores tomadas por um suposto alguém
A longa caminhada
A distância
Uma única presença
Um amor de verdade
A vida que deu vida
O combate sem fim e a MINHA VITÓRIA !!!
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