O Poema e o Psiquiatra

 

O Poema e o Psiquiatra

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 Os amigos do Poema já haviam percebido que ele não andava se sentindo muito bem. Sempre que alguém lhe perguntava o que estava acontecendo, ele respondia - Eu não sei de nada. E não falava nada. Preocupados, os amigos então lhe disseram que procurasse um psiquiatra que sabia de tudo. Então o Poema agendou uma consulta e no dia  marcado, lá estava ele, esperando para ser atendido. Aguardou alguns instantes na sala de espera e logo foi conduzido à sala do psiquiatra. O Poema se acomodou diante do psiquiatra e este procurou deixar o Poema o mais confortável possível. Começou perguntando como o Poema se chamava e ele rapidamente respondeu:
- Eu não sei de nada. Então o psiquiatra foi logo dizendo:
- Eu sei de tudo!
- Sabe mesmo? perguntou o Poema, admirado com tanta sabedoria.
- Sim, respondeu o psiquiatra. Eu sei de tudo.
- Como pode saber de tudo, se eu não sei de nada?
- Bom, por isso o senhor me procurou. Para saber de tudo. Mas vamos começar pelo começo:
- Por que o senhor me procurou? Como posso lhe ajudar?
- Eu não sei de nada, respondeu o Poema. Quem sabe tudo é o senhor. E se sabe tudo, por que quer saber o que eu sei?
- Para que possamos encontrar o que o senhor procura.
- Mas eu não perdi nada, doutor. Eu não sei de nada, nem vi nada. O senhor viu alguma coisa?
- Eu sei de tudo. Mas tudo mesmo!
- E o que o senhor sabe? retrucou o Poema.
- Eu sei de tudo!
- Mas se o senhor sabe de tudo, porque não me conta o que o senhor sabe?
- Isso não posso lhe contar. Um psiquiatra não pode sair por ai contando tudo o que sabe. É contra a ética profissional.
-Doutor, se o senhor sabe tudo e não quer me contar, eu não tenho mais nada a fazer aqui. E saiu repetindo o que já havia dito: Eu não sei de nada...
 

 

Débora Benvenuti

 

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