O Amor e o Ciúmes

 

O Amor e o Ciúmes

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O Amor andava tão apaixonado

que não percebeu que o Ciúme

ficara desesperado.

Por onde o Amor passava,

ia deixando um rastro

de perfume tão suave,

que todos os corações sucumbiam,

apaixonados.

Ofereciam flores,

enviavam beijos,

seguiam-no como anjos em cortejo,

afofando as nuvens para que o Amor

se sentisse cada vez mais amado.

 O Amor se sentia assim

levemente acariciado,

como a brisa que soprava

e o levava por lugares

nunca antes sonhados.

O Amor jamais imaginou

que pudesse pelo Ciúme ser amaldiçoado.

Esse sentimento um tanto exagerado,

o deixou um dia tão magoado,

por que jamais pensou

que pudesse estar sendo enganado.

Doava amor por todos os poros

e quanto mais amor doava,

mais se sentia incomodado

pelo Ciúme,

seu eterno enamorado,

que jamais o deixava sossegado.

Quando descobriu que o Amor

jamais seria derrotado,

o Ciúme ficou amargurado,

espreitou com cuidado,

para ver se o Amor

encontrara um novo namorado.

O Amor de nada desconfiava,

enquanto o Ciúme

armava uma cilada,

para acabar com o Amor,

ainda naquela madrugada.

No caminho para casa,

depois de uma longa caminhada

pela estrada,

colhendo lírios e amores-perfeitos,

o Amor pelo Ciúme foi interpelado

e quanto mais se explicava,

mais se sentia indignado,

com tamanha insinuação

pelo seu passeio tão inocente,

que fizera sem nenhum intenção

de magoar ninguém.

O Ciúme não aceitou a explicação

e decidiu que a partir de então,

não deixaria mais o Amor

sair sozinho por vales , alamedas e jardins,

colhendo as florzinhas da estação.

Decidiu que daquele momento em diante,

habitaria para sempre o seu coração,

e essa foi a maldição

que o Amor carrega consigo,

de geração à geração,

sem jamais deixar livre

um só coração...

Débora Benvenuti

http://oacendedordecoracoes.blogspot.com.br

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