A água que não é chuva

 

A água que não é chuva

Português
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Água que não é chuva

 

No meu palco a noite começa, às 19:24h. Pés frios, um joelho magoado, terra no carro e água que não é chuva.
Água daquela que sai de olhos azuis e castanhos, aguas que nunca se deveriam ter derramado. Mais uma vez nos casquilhos mas de um parque eólico, continuo a ver o que não quero, a sentir o que não gosto. A sentir que posso fazer mais, ser mais. Eu sou mais. 
Eu sou.
Eu olho.
Eu vejo o azul dos faróis numa curva e sei exatamente de onde vens e para onde vais.
Não é preciso amar para ver o que está mal no mundo.
Não é preciso amar para ver o que vai no oceano dos teus olhos azuis.
Vai.
Foi.
Estiveste, Sentiste
Absorveste
Surreal
Para mim, banal, para ti, um bolo para quem se contenta com uma fatia do pão de há 3 dias.
Compreensão eu tenho,. percebem que eu não percebo que as pessoas se acomodam. Mas e se eu não me acomodar? 
Jamais me acomodarei 
Jamais serei banal
Deixa mais terra no carro, e que choca a água mas vive. Sente, respira, sê amado, rasga a carne, rasga as folhas da vida que te fazem mal.

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