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Quando éramos crianças, as brincadeiras que fazíamos eram todas inventadas por nós, pois naquela época não existiam brinquedos. Haviam poucas bonecas e os brinquedos dos meninos eram todos de madeira. Meu irmão mais velho era muito inteligente e minha mãe logo percebeu a necessidade que ele tinha de inventar qualquer tipo de coisa. Então lhe deu de presente uma prensa e um soldador elétrico e mais uma porção de ferramentas. Não demorou muito e lá estava ele recortando latas de azeite para fazer um brinquedo. Eu tinha um fogão feito por ele, onde se colocava álcool nas tampinhas (como as lamparinas antigas) e dava para cozinhar uma panelinha de arroz. Também fez uma geladeira de brinquedo e usava barras de gelo para conservar o que quer que eu colocasse dentro dela. Mas haviam dias chuvosos e não sabíamos mais o que inventar. Então colocamos um sofá embaixo da janela que dava para a rua e ficávamos tentando adivinhar qual o carro que iria passar na esquina da rua logo acima da nossa casa, que ficava que em uma esquina. Quem adivinhasse, (pelo ronco do motor), ia ganhando pontos que anotávamos em um papel, para ver quem conseguia adivinhar mais. Ainda bem que naquela época haviam poucos carros e o barulho dos motores eram bastante diversificados. Este conto estou dedicando ao meu neto, que hoje é um bebê de oito meses e sei que um dia ele vai querer saber como eram as nossas brincadeiras de criança.
Débora Benvenuti
Nota: Não sugiro a nenhum pai que deixe uma criança fazer a mesma brincadeira com alcool. A tampinha da qual eu falo era bem pequena e cabia pouco alcool. Nós sabíamos como brincar sem se machucar. O conto não está em ordem cronológica.
Nessa época,meu irmão mais velho tinha 13 ou 14 anos, quando começou a usar o material citado.
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