Ela

 

Ela

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D’ alma generosa és tu que de encontros tais, buscando no meu regaço o deleite e juventude de promissores feitiços, quebrados e quebradiços, de auspiciosas auroras boreais. Contemplas-me olhando sem me olhar…lendo de relance na penumbra dos meus lábios, censurando, doces palavras de embalar. Renuncias e almejas protestando, seduzindo num engodo de prazer, procurando no outro o eterno voto, um juramento, uma promessa, um amanhecer…
Nesta demanda de emoções só restam trechos de cinza a arder, que no coração desta pobre criatura, dormem pedaços e sombras de noite escura, dormem retalhos de ensejos a doer…
Pobre ânimo, pobre espírito…encerrando nela um doce e terno olhar, avistando num sem fim de luzes esguias, tropeçando em aprazíveis mordomias, que num ápice fizeram dela um furtivo altar. Ocultas marcas de doces ilusões, de ternas e amargas decepções! De culpas, arrependimentos…más decisões. Por tais coisas é incerta, é insegura e é medrosa! É linda…forte e corajosa! É egoísta, arrogante e má ouvinte…é bondosa, doce e muito insiste. É dura, frita e revoltada! É meiga, querida e apartada.
É dela que ousas falar? Ora repara.
Não há palavras nem algoritmos, leves passos ou firmes ritmos, que elevem o seu infindável ser. Existem sim, embora em vão, breves lendas! Contos fábulas e outras contendas que apenas causam controvérsia, diferenças e conflitos, dissertações horrendas, guerras sujas e acabados mitos…histórias fantasias e enganos…sonhos mudos, portanto…
Real, imaginária ou fantasiada…por muitos, a obra inacabada!
Se é ela que procuras…abre as asas para que te encontre!

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