A hora da Ave Maria

 

A hora da Ave Maria

Português
Por algum tempo a Imaginação se manteve calada e quando alguém lhe perguntava por que escolhera sempre incluir três personagens em seus contos, respondia que o terceiro personagem sempre era o que mais se destacava, não importando necessariamente ser o protagonista. Com certeza, a Imaginação ganhava asas e voava o mais alto possível, muitas vezes indo meditar no alto de um penhasco. Era de lá que olhava o mundo ao seu redor e decidia quais estórias iria contar. Muitas vezes a Imaginação ficava horas fitando o vazio e quando o Silêncio se aproximava com vontade de saber o que estava acontecendo, ele mesmo se impregnava com a magia daquele lugar. Tudo parecia tão calmo e tranqüilo, que até dava para escutar o  silêncio. Nenhum som se ouvia naquele momento e era assim que tudo acontecia. A Curiosidade então se aproximava cautelosamente, pisando de mansinho para não perturbar o Silêncio que se prolongava até o cair da noite. E quando a noite estendia seu cobertor mágico na imensidade do nada, nada mais acontecia. Era como se o universo todo estivesse em silêncio. E o Silêncio nada mais dizia. Apenas observava o céu se cobrindo de estrelas. Era a hora da Ave Maria.

 

Débora Benvenuti

 
 
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