Imperfeitamente

 

Imperfeitamente

Português

És um completo imperfeito.
Como diriam algumas, mais feministas:
"És homem e basta!"
Deixas coisas espalhadas pelo chão
Espalhas roupa
E espalhas perfume e charme
Tudo misturado.
Preenches cinzeiros com impaciências diárias
Daquela forma que só tu sabes
E tu sabes que fumar, ainda que pacientemente, mata
E tu matas-me
Olhando-me com esses olhos que são meus
E olhas para outros olhos que não os meus
Mas que remédio tenho eu
Para essa doença chamada ciúme
Que a minha hipocondria permite?
E tu permites-te erguer o teu dedo do meio
Contra aquilo que não te agrada
Ergues a voz, ergues a razão que tens
E não tens vergonha.
Não tens vergonha nenhuma
De me agradar com todos os teus dedos
Sobre a minha pele.
Falas o que queres, o que não queres
E o que te apetece, e o que não te apetece
E apeteces-me sempre...
Seu grande maldito... Bendito sejas!
Mesmo com os cortes que fazes
Ao desfazer a barba.

Por falar nisso, és mesmo um imperfeito.
Mas és completo.
Como diria eu, só uma, e digo:
"És o meu homem".
E bastas-me
Justificando toda a minha feminilidade
De forma perfeita.

E a tua sorte, no meio disto tudo,
É que nunca irei encontrar ninguém como tu.

E a minha sorte também.

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