A Inveja, a Inocência e a Percepção

 

A Inveja, a Inocência e a Percepção

Português

 

A Inocência era a candura em pessoa. Tinha uma aura delicada que refletia toda a sua simpatia, o que fazia com que a Inveja se aproximasse dela sempre com más intenções. Ao perceber a presença da Inveja, a Inocência se sentia desconfortável, mas não sabia o porquê dessa sensação que ela não conseguia decifrar.  Distribuía sorrisos por onde quer que passasse ,mas percebia sempre um olhar carregado de alguma coisa que ela não sabia definir. A Percepção estava sempre por perto e presenciou muitas vezes olhares cheios de malícia direcionados à Inocência. Pensou em avisar a amiga, mas tinha medo da sua reação. A Inocência não via maldade em nada. Por sua vez, a Inveja se aproximava da Inocência e tentava disfarçar todo o fel que sentia, por não poder se comparar a tão bela criatura. Dizia alguns gracejos, mas todos eles destituídos de sentimento. Tão azedos que ela própria se sentia a mais amarga das criaturas. Queria ferir a Inocência no mais profundo do seu ser e ficava horas por perto, na tentativa de descobrir algum defeito naquele ser tão cheio de qualidades. A Percepção resolveu então dar um basta naquela situação. Chamou a Inveja a um canto e lhe disse que tomasse cuidado com o fel que destilava, senão ela própria acabaria se afogando no próprio veneno. A Inveja fez algumas insinuações, na tentativa de se defender, dizendo que a Inocência não era tão inocente como queria parecer. Ao que a Percepção respondeu: e você não é tão inteligente quanto deseja aparentar. Finges ser uma coisa que não és, com a intenção de desvirtuar tudo aquilo que não consegues ser. Tens uma mente tão pequena que nem uma semente pode ali germinar. Ao ouvir essas afirmações que a definiam tão bem, a Inveja se recolheu a sua insignificância e não mais perturbou a Inocência.
 
 
 
 
Débora Benvenuti
 
 
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mente pequena

A inveja é uma semente que nasce na mente das pessoas incapazes.

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