MEMÓRIAS

 

MEMÓRIAS

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MEMÓRIAS

 

As memórias que nos arrancam sorrisos; são como a água que alimenta a raiz, numa terra seca e sem sombra; nelas a nossa alma se engrandece e levita na esfera do coração, do êxtase. São estas que nos alienam do presente, nestes instantes em que pensamos e, quando damos por ela, estamos a sorrir, totalmente embrenhados nas recordações, até as entranhas.
Há memórias que nos arrancam lágrimas porque no fundo fervente do nosso espírito está a mancha de uma dor que desarvoradamente sentimos, tal a intensidade do amor que plantamos na nossa alma e, que, por desventura, sofremos a perda; a perda de alguém que amamos e que parte; a perda de ver alguém que adoramos ao mais arraigado limite, sofrer (do corpo ou da alma) e nos damos conta da nossa inerte impotência; de sermos tão pequenos. 
Na viagem das memórias que nos arrancam lágrimas estão também as que, de tão boas, tão inverosimilmente reais, resgatam o brilho que está escondido atrás da porta do coração. Ah! E depois de aberta a porta: as memórias, essas amigas imaginárias, entram e saem a uma velocidade incomensurável: é uma viagem que num ápice nos leva do melhor ao pior, num frenesim sem fim. Mas são estas, as memórias, que dão corpo à nossa história, sem elas, é como se a vida não existisse. 
Memórias não são meras lembranças, são marcas impressas na alma.

 

Sandra Sá Vaz

24/04/2015

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