O Conde

 

O Conde

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Antes de existir o face, as pessoas só se comunicavam pelo Orkut ou pelo Messenger. E muitos amigos se encontravam lá, exatamente como fazem hoje pelo face. Muitos amigos continuaram a amizade e um certo dia, estando on line, conheci um homem a quem todos conheciam como “O Conde”. Ele era um homem muito interessante e apreciador de poemas. Nesta época eu já escrevia alguma coisa e através destes poemas, ficamos amigos e marcamos um encontro para jantar. A companhia dele era agradável. Ele me contou que era divorciado e que tinha uma filha. Um dia apareceu na minha casa e me perguntou se podia se hospedar lá por uma semana, mas não me disse o real motivo, embora eu saiba agora, mas não posso contar, por motivos que não me dizem respeito. No final de semana, ele me disse que precisava viajar, para tratar de negócios e eu acreditei. Na volta, ele havia deixado a bolsa de viagem dele no meu quarto e eu resolvi dar uma espiadinha, como quem não quer nada com nada e acabei encontrando várias camisinhas. Isto me deixou bem claro que ele não viajara a trabalho, como havia dito. Ele passou um final de semana com uma pessoa que também lia os meus poemas e ela, tendo recebido um poema de que gostara muito, me encaminhou o poema por e-mail, só que ela esqueceu de apagar a mensagem que enviara para ele. Após ler o poema recebido, vi que tinha mais alguma coisa no e-mail. Ela falava para ele que o final de semana que passaram juntos tinha sido maravilhoso. Como estávamos namorando, eu li o e-mail e imediatamente encaminhei o e-mail recebido para ele, para que soubesse que eu já sabia do envolvimento dele com outra mulher. Disse que nunca mais queria vê-lo e ele sentiu muito, me pediu que o perdoasse e que continuaria a insistir, mesmo que fosse só para continuar a ser meu amigo. Fiz a mesma coisa para a outra namorada dele: encaminhei o mesmo e-mail que havia recebido e contei a ela que estávamos namorando, mas que ela podia continuar com ele, porque a partir daquele momento, eu jamais confiaria nele. Ela fez a mesma coisa: rompeu com ele. Naquele momento ele havia perdido as duas namoradas e o que é mais divertido nessa estória é que nós duas continuamos amigas, até o dia de hoje. É claro que o perdoei e mantemos uma amizade que vai durar para sempre...Eu, ela e ele...
 

 

Débora Benvenuti
FOTO meramente ilustrativa
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