O Homem Péssimo

 

O Homem Péssimo

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O Homem péssimo.

O homem descobriu que era péssimo em tudo. Em tudo que pensava, em tudo que fazia. O homem um dia quis ser desenhista, queria desenhar num papel tudo o que via, se expressar através de linhas e tintas. Mas o homem descobriu que era péssimo desenhista. Então, o homem quis escrever um livro. Digitou, digitou. Passou noites em claro com ideias e mais ideias na cabeça. Mas o homem descobriu que também era um péssimo escritor. Ele era péssimo em tudo. Era um péssimo amigo, era um péssimo esposo, um péssimo pai. Um dia perguntaram ao homem: “Quem mais você odeia neste mundo?” Ele respondeu: “Eu!” O homem era péssimo também em odiar. Ele queria de certa forma sair pelo mundo, viajar, desbravar fronteiras. Mas o homem era péssimo em desbravar fronteiras, porque ele era péssimo em conversar, em ser simpático. Por ser péssimo, o homem era no mínimo apático. O homem era péssimo como homem. Era péssimo como tudo. Um dia tentaram lhe consolar: “Homem, por que você não para de esquentar com as coisas e apenas vive?” Pois o homem não pôde ao menos responder, pois havia cortado os pulsos enquanto descansava na banheira. Mas ninguém ligou, pois o homem era péssimo até mesmo em viver.

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