Português
Não encontro as palavras que sinto. Atropeladas por verborreias que não me pertencem, fico mudo. Sentimentos demasiados complexos para uma escrita que se quer simples, a simplicidade, essa, foi com certeza levada por uma prosa esquecida. O tempo seca a tinta que flui nas minhas veias e um coração sem alimento apenas sobrevive no sonho.
Uma tempestade de areia provocada pelo scirocco sopra as velas de uma jangada feita de papiro, onde as palavras, prisioneiras do tempo se consomem. Zangado, iludido por palavras arremessadas sem destino torno-me numa frase inacabada, de um livro que não existe. Perdido num mar de notas soltas tento reescrever a minha história mas já nada sinto, e o sonho desvanece.
Talvez outro dia.
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