Ser ou não ser valente

 

Ser ou não ser valente

Português

A valentia tem muitas faces, nem todas evidentes, nem todas perceptíveis pelos outros e por nós próprios.

A valentia não dura sempre, e nem sempre se manifesta quando mais se espera.

Há cobardes eternos mas não há valentes que se perpetuem.

Imaginamos hipotéticos cenários e assumimos com a firmeza de um "não seria capaz".

É preciso passar pelas coisas. É preciso vivê-las. Para apurarmos a verdade escondida atrás do "não seria capaz".

Valente pode não ser aquele que supera as dificuldades. Esses são os bem sucedidos. Mas que podem não ser os valentes.

Aqueles que caem e se levantam, todas as vezes. 

Aqueles que perdem batalhas todos os dias e se renovam com uma imediatez inesperada.

Aqueles que, face às reduzidas probabilidades de vencerem, vão à luta.

Aqueles que assumem, com total integridade, uma culpa que irá morrer "solteira".

Aqueles que dão a cara, dão o corpo, dão a alma e o coração, se preciso for.

Aqueles que nem sempre se destacam, mas que são, inequívocamente diferentes.

Aqueles que não atribuem os dissabores da vida, à má sorte, ao mau berço, à falta de oportunidades.

Aqueles que dizem o que ninguém espera ouvir e geram perplexidade.

Aqueles que, não se sentindo bem com isso, também não se sentem mal.

Aqueles que assumem as lágrimas, que as secam e que endurecem e amolecem, todas as vezes.

São estes os valentes. Os que nem sabem que o são.

E talvez sejam estes, cá para mim, os invencíveis. 

 

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