Chocolate derretido

 

Chocolate derretido

Portuguese

Depressa quiçá até demais, cheguei à conclusão de que é amor, sem comparações e não é eufemismo dizê-lo!

Pode até ser por entre o medo, a insegurança e a incerteza que existes, mas o certo é que existes e me dás vontade de acreditar no que dura, é sério e dá certo. Existes tu. Alguma vez te disse que isso me basta? Não vou julgar o presente com futuro encaminhado, pelo passado que já deixei. E dou-me conta que o deixei mesmo.

Chegaste já há muito mas nunca me pertenceste, o que se calhar nem é tão verdade assim. Ma agora pertences decerto. Por entre beijos roubados aqui e ali, e palavras que deixavam escapar qualquer coisa chamada sentimento, chegaste finalmente. Por entre meses de proximidade afastada, de casos pontuais, chegaste para ficar e eu aceito com tamanha ânsia.

Amo-me a mim primeiro do que a ti mas comecei a gostar tanto, extraordinariamente rápido, com uma intensidade quase que estranha, que torna o pouco tempo que passou num tempo tão mais longo que o real.

Alguma vez disse que gosto do teu cheiro? És o corpo, és o rosto, és a boca idêntica a mel. E o riso alegre, que leva os fantasmas para longe, desperta em mim algo tão simples como chocolate a derreter, chocolate quente numa noite fria de inverno, contrária ás que passo contigo por entre línguas e mãos entrelaçadas, naquilo que é algo tão simples como o proveito.

Só se descobre que há melhor quando o atingimos, quando nos deparamos com isso. Se não fosses não faria sentido. Concordas? E quando há discussão há reconciliação. E quando a dureza enfraquece, quando o gelo quebra e se denotam outros nós, aí sim despimos a alma. Alguma vez te disse que somos quase iguais? Talvez seja por isso.

Fazes-me sentir em pleno verão quando lá fora cai a chuva. Será por isso? É o ser adulto. O ser excêntrico, é o bombardear de querer ser, ver, fazer, estar e saber, por ainda andarmos a conhecer. Já te disse que te quero consumir? É o ser exclusivo! Podes ter feito sem querer mas fizeste, e de que maneira. Emergiste e não me importo de gritar ao mundo inteiro quem é de quem.

Nunca te tinha dito que derreto. Nem sei se gostas de chocolate quente.

Resulta e é só isso que me importa… Pressinto que acabei de dizer que te amo, ou achas que não?

Marta Raimundo

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