Silêncios que Matam

 

Silêncios que Matam

Portuguese

Sinopse do livro

A obra passa-se entre dois jovens, nos anos de 1952 a 1958, em ambiente provinciano, tendo como pano de fundo o regime impositivo do Dr. Oliveira Salazar. Um grupo de revolucionários democráticos que lutam, clandestinamente, contra os que exploram, persegue e humilham e a corrida à eleição de Humberto Delgado à presidência. O fulcro do enredo centra-se no namoro vivido entre Leonor e Gabriel que vivem com os seus amigos, familiares e conhecidos cheios de carências, sofrimentos, ambições, amores, diversões e uma vida psicológica em constante evolução e maturação. Tudo num ambiente social vividos numa vila do Alto Alentejo, Borba, ao mesmo tempo que mostra alguns quadros etnográficos dos usos e costumes locais.

Ela da classe pobre, sempre necessitada e em esforçado trabalho, cuja ambição é querer viver ao lado de Gabriel. Ele de classe média baixa toma forte consciência da penúria dos outros. Isto levá-lo-á a tomar uma decisão definitiva de sair da província atrasada cultural e economicamente. Plano com o qual tenta convencer os pais do amor para com Leonor, mas sem êxito, mesmo já com um filho gerado entre os dois. Ele, dividido entre o amor intenso por ela e a ambição desmedida, parte como militar, só com o conhecimento dos pais, para a África, Angola. Ali obtém os privilégios da política de colonização do regime, que favorece uma classe média em franca ascensão económica e social, conseguindo assim executar parte do plano. Embora, por cartas, dê sempre a Leonor a ideia de que a levará para África, fica demasiado tempo num impasse, o que leva a arrefecer o amor. Por fim opta por outra jovem, aconselhada pelos pais, sacrificando o grande amor por Leonor. Esta acaba por desistir dele.

A obra também reflete sobre o Portugal profundo da altura, com uma forte divisão de classes. No meio disto mostra as ideias do regime veiculadas pelas organizações do Estado Novo, como a Mocidade Portuguesa Feminina e Obra das Mães. Por outro lado um governo autoritário que acabava por levar uma classe média baixa a cometer os mesmos equívocos que uma classe alta. Por outro lado um regime que já dava sinais de não ser a resposta eficaz para o país e os anseios da população.

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