Portuguese
Actografia
Creio no universo como um homem vulgar,
Não tenho filosofia que me defina,
Nem lugar em que gostasse de falecer,
Não consinto a vida, assimilo-a como a morfina,
Recolho-a nos campos e onde me deixam colher.
Acervo, incorporo tal-qual cobra, a peçonha,
Hasteio-a na haste mais fina que houver,
Enquanto flor do estio, fonte do sol, neblina,
Embora possua um instinto próprio de mulher
É o corpo e não a frágil alma destas que me fascina,
Autista no que exijo e existo sem o que conheço eu, entender,
Como se tudo fosse uma farsa da negação minha,
Disposta a tudo e ao que deus quiser, se isso doer,
O sol-pôr é um analgésico, uma agonia Celestina,
Com ele me uno a disciplina de desaprender,
E as inocentes crenças do virar das’quina,
Verdades transitórias e de aluguer…
Porque, como disse, não faço uso da inteligência divina,
(limito-me à opinião por estabelecer)
Tenho a demência, como estranha e inexplicativa vizinha,
Profundamente hipócrita na sua naturalidade e ilusão de freelancer.
Estou cansado de ser forçado a querer,
Mas não creio no universo que me dizem existir,
Já que a máquina de mentir fui eu que a criei.
Serei realmente gente?
Joel Matos (02/2011)
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Actografia
Creio no universo como um homem vulgar,
Não tenho filosofia que me
Não tenho filosofia que me defina,
Nem lugar em que gostasse de
Nem lugar em que gostasse de falecer,
Não consinto a vida, assimilo
Não consinto a vida, assimilo-a como a morfina,
Recolho-a nos campos e onde
Recolho-a nos campos e onde me deixam colher.
Acervo, incorporo tal-qual
Acervo, incorporo tal-qual cobra, a peçonha,
Hasteio-a na haste mais fina
Hasteio-a na haste mais fina que houver,
Enquanto flor do estio, fonte
Enquanto flor do estio, fonte do sol, neblina,