Anemia

 

Anemia

Portuguese

O teu silêncio é um punho cerrado!

Indiferente, é uma língua que trava!

Contundente, sepulta cada palavra!

Um pecado infame num jogo viciado!

 

O teu silêncio é um gatilho resignado!

Frustrante gestação em olhos rastejantes!

Sibilante rotação em marés serpenteantes!

Um débil nado-morto excomungado!

 

Mas aqui me tens, encostada a esta parede,

A afogar-me em ti enquanto morro de sede

E conto as estrelas (de)cadentes da utopia...

 

Tão bom seria que de vez me matasses,

Que em rubros gritos por fim enterrasses

Esta parábola de anímica agonia!

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