História do Convento onde vivi

 

História do Convento onde vivi

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~~Curiosidades sobre este Convento onde nasceu a minha irmã Lurdes Maria (texto retirado da NET)

O Convento de Nossa Senhora do Loreto foi construído entre 1518-1520 no Rossio de São João, em terrenos comprados pelo Bispo D. Fernando Coutinho. Situado perto do rio, em zona insalubre e pouco estável, sujeitava os frades a frequentes doenças e o edifício a rápida decadência pelo que em 1560 inicia-se a construção do novo cenóbio, agora afastado do rio e em posição mais elevada e arejada. Apesar da novel construção dedicada a São Francisco, a antiga continuou a existir como capela da Senhora do Loreto.
 Consta que no Natal de 1708 os frades foram alertados para uma figura de Nossa Senhora que dera à costa em Lagos; acolheram no seu convento essa imagem de uma Nossa Senhora com coroa de prata que dois anjos simulavam suster. Tratava-se de uma imagem feita por António Caminha no Rio de Janeiro e ofertada ao Rei D. João V a fim de se construir em Portugal uma igreja dedicada a Nossa Senhora da Glória. Tendo naufragado a nau que a transportava, deu à costa em Lagos. Certamente motivado por estes factos, e por milagres que lhe foram atribuídos, em 1715 o convento muda o nome para Nossa Senhora da Glória.
 Após graves danos sofridos com o terramoto de 1755, foi reconstruído.
 Em 1833, durante o cerco a Lagos pelo miguelista Remexido, os sitiados conseguiram recolher a imagem de Nossa Senhora da Glória para dentro das muralhas tendo desde então permanecido na Igreja de São Sebastião.
 Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, o convento é desactivado.
 Em 1897, a junta de paróquia da freguesia de São Sebastião pede ao Ministério da Fazenda que lhe seja entregue o edifício para aí instalar um albergue de mendigos, o que foi concedido.
 Em 1911 a Guarda Nacional Republicana é instalada numa parte do edifício.
 Nos anos 40 é destruída a igreja do convento para ali se construir a cadeia comarcã obedecendo a um projecto-tipo da autoria do arquitecto Cottinelli Telmo, executado no âmbito do Plano de Construções Prisionais de 1941. Desactivada a Cadeia, o espaço é revitalizado com a sua atribuição ao LAC – Laboratório de Actividades Criativas, em Setembro de 1996.
 Depoimento do filho do carcereiro em mensagem enviada ao seu amigo José Paula Borba:
«…aí lhe envio a foto da Cadeia Comarcã de Lagos, hoje já extinta graças a Deus […] Nesse edifício passei bons momentos de lazer durante os dias de férias que fazia em Lagos [anos 40]. Havia lá gente de toda a classe social, camponeses, pescadores, industriais, engenheiros, etc. […] havia um camponês que me deliciava com os seus versos improvisados. Outro ensinou-me a trabalhar o vime; outro a trabalhar com fio de pesca; outro deliciava-nos na nossa casa de jantar com música do seu acordeão. […] Aos domingos a porta principal estava repleta de homens, presos, mas em liberdade. A maior parte trabalhava em cestaria, alcofas, pincéis, vassouras que o meu pai arranjava quem os vendesse sendo o lucro todo para o preso. Vi um dia um preso sair da cadeia com um fato novo e dinheiro na carteira[…] na foto está o meu pai regando o jardim feito por ele, sebes, flores e três pessegueiros cujos frutos nos deliciavam.
 José Rosa
 Julho de 2009, Terrugem - Sintra»

Obs. O texto colocado entre aspas foi retirado da NET

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