Os meus números de circo.

 

Os meus números de circo.

Portuguese

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O CIRCO (ainda nos meus 5 anos de idade, quase seis).

A maior altura de alegria durante o ano era na época em que havia feiras pois nessa altura iam sempre circos.
 O comandante do Posto da GNR tinha sempre dois lugares oferecidos, na fila da frente. Lembro-me que eram os dois primeiros do lado direito.
 O meu pai e a minha mãe iam só no primeiro dia mas eu e a minha irmã Célia iamos todas as noites até o circo ir embora e regressávamos com a patrulha, a casa, no final do espectáculo, de tal forma que me apaixonei pelos recortes de papel feitos só com as mãos e um papel de diversas cores bem vivas, papel de seda. Eu vinha para casa e fazia o mesmo com outros papeis e assim aprendi a fazer naperons, bonecos de mão dada, e palmeiras em recorte. No circo eram feitos por uma bailarina que ia dançando e recortando vários objectos em papel e que depois dava ao público.
 Outra coisa que me fascinou foi o malabarismo e consegui aprender muitos números pois repetia isto várias vezes por ano e daí nasceu a minha vontade de ser professora de Educação Física. Nestas aulas era sempre a melhor e tinha muita facilidade em fazer contorcionismo. Deitava-me no chão de barriga para o ar, a minha irmã colocava os pés dela sobre as minhas mãos e eu enrolava-me e desenrolava-me de toda a forma possível sem ela me soltar as mãos, (ela era mais medricas não fazia isto....rsrsrs).
 Depois, nas nossas camas de ferro pedurava-me pelas pernas e de cabeça para baixo ia soltando um braço, depois o outro depois uma perna, depois a outra até que ficava presa só por um pé, tal como as trapezistas do circo......risos
 Fascinava-me o circo e adorava poder partir com eles naquelas caravanas.
 Uma noite em que fui assistir a um espectáculo de um circo pequenino, um trapezista caíu do trapézio e não tinha uma rede por baixo, como os circos grandes tinham, era apenas terra batida. Foi uma algazarra enorme! As pessoas tiveram de sair do circo, o espectáculo acabou, o meu pai foi-nos buscar de carro e quando íamos para casa chegou a ambulância para levar o homem.
 Soubemos mais tarde que o homem não tinha morrido.

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