Castelar

 

Castelar

Português

Não há céu mais belo que o de hoje.
Azul, cheio de castelos brancos.
Secos ao alto, onde moram os santos.
Já não choram mostrando-me o longe.

À noite ficam masmorras,
cada uma com o seu habitante solitário.
É este inferno que me impede que morra
e faz com que me entregue solidário.

Estou no chão, meu doce lar.
Bem assente.
Vejo o céu seduzir-me
continuamente.
É deste chão que o vou adorar.
É a chuva que me dá o chão
e me faz sonhar
com o sol, precipício em sorriso
que me brilha se o iluminar.

É de si própria a utilidade pública
dos meus comportamentos privados.
Do amor tenho todos os derivados,
amaciados e violentos,
roda dos alimentos
que a vida faz girar
em torno desta água translúcida.

Experienciando posso voar,
alicerçado na minha alma lúdica
e na minha escrita, bíblia oculta
de mim mesmo até a criar.

Onde quer que esteja
sei de que letras é feito o ar.
Este oxigénio cria o amor que não se vê
e só pode senti-lo quem nesse ar respirar antes um P.

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