Português
COMO ASAS
Como asas
Planando pela aragem,
Como plumas
Acenando na viagem,
Como pétalas
Á solta na paisagem,
São meus poemas,
São palavras, são miragem,
São meus versos
Que eu escrevo neste tempo,
São meus sonhos
Destapados ao relento...
Manuela Matos
Género:
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FOGO E MAR
FOGO E MAR
Meu corpo é fogo e mar
É brasa arrefecida...
É um navio a navegar
Nas ondas incertas da vida!
É um pavio aceso
Mistura de lava esquecida...
Meu corpo é fogo preso
Pedaço de chama contida!
Já fui mar e já fui rio
Em seu constante desafio,
Hoje sou terra lavada.
Sou a ave a despontar,
Em seu alegre esvoaçar
Em suas asa abrigada!...
Manuela Matos
FLASH
FLASH
A ave simula o voo
Quando em posição erecta
Se firma no espaço
Em que permanece.
Instantaneamente ensaia
O grito
E lança-se esvoaçando
Na aridez do infinito!!!
Manuela Matos
TUDO PASSA
TUDO PASSA...
Por vezes os dias são anos
E os anos são segundos
E por vezes nós julgamos
Ter o domínio dos mundos...
Corre o tempo sem parar
Tudo passa nesta vida
E neste constante labutar
Quase ficamos sem saída...
Quantas vezes nós fingimos
E quantas vezes nós caímos
Num marasmo tão profundo...
E avançamos como lesmas
As batalhas sempre as mesmas
Que se escapam num segundo!...
Manuela Matos
DESPEDIDA
DESPEDIDA
Parte o navio junto ao cais,
A um novo porto de abrigo,
Vai e não volta nunca mais...
Que saudades trago comigo!
E aqui fico, meditando...
Como é triste a despedida!
Melhor ver no barco navegando
Um novo rumo, uma nova vida.
E então sonho acordada,
Antes que o dia apague a alvorada,
E navego nesse mar de outro jeito.
E as gaivotas fazem ninho ao redor,
E a esperança renasce em cada flor,
E cantam aves ancoradas no meu peito!
Manuela Matos
MEU FILHO
MEU FILHO
Aí sentado,
Calado,
Observo teu rosto
Tão lindo…
Não há palavras
P’ra exprimir
O que sinto…
Meu filho,
Meu encanto
Que eu amo tanto!...
Manuela Matos
OLHOS NEGROS
OLHOS NEGROS
Olhaste-me com uns olhos meigos.
Oh! Que doce o teu olhar…
São uns olhos negros, feiticeiros,
Que me querem encantar!
E exprimiste tal bondade,
Que fiquei enlevada nesse ternura,
Pois despertaste em mim a curiosidade
De os olhar com a mesma candura…
Deste-me a mão e sorriste,
Um sorriso de amigo…
Senti-me feliz, pois compreendi-te,
E sorri contigo!...
Manuela Matos
CHUVA
CHUVA
Cai chuva no asfalto
Cansado do tempo...
Cai chuva em mim
Só e sem alento...
Cai branca e fria
Na alma já sem pranto...
Cai sem tom,
Ávida de vento...
Chuva que em mim
Provoca espanto
De tanto pensar e murmurar!...
Manuela Matos
IMAGEM
IMAGEM
Sonhos vagos de ilusões
Desfeitas...
Caras feitas de ilusão!
Braços sem mãos nem horizontes…
Bocas sem água das fontes,
Olhos da vida esquecidos,
Corpos torcidos, esfacelados.
Almas paradas sem leito,
Vozes sem peito gritando
- Meu Deus, porquê a guerra?
Manuela Matos
PARTIR
PARTIR
Parto rumo ao vento
Que me acoita…
Partir para não ficar,
Para não pensar…
Partir e ir nesse mundo imenso,
De ódio, guerra e confusão…
Fico louca com a falsa verdade
Que ensinam…
É pouco o desejo
De ficar e viver assim…
Parto rumo ao vento,
Aos confins do tempo,
Sem choro, sem lágrimas,
Sem pranto!...
Manuela Matos
RECORDAR
RECORDAR
Nada mais posso fazer
Senão recordar
O teu olhar
Posto em mim!
Os teus olhos
Verdes e meigos
Olhando-me, distantes,
Disseram-me assim:
“És o meu destino,
A minha vida,
Um mundo sem fim!”
E agora que tudo murchou
Como um jasmim,
Esqueci o teu olhar
E nada mais posso fazer
Senão recordar!...
Manuela Matos
TEMPO
TEMPO
Na teia emaranhada
Do tempo
É onde me assento
Observando o tempo
Passando...
E aí fico meditando
Neste tempo
Que ainda tenho
Convergindo em rituais
Silenciosos de encanto!...
Manuela Matos
A VOZ DO SILÊNCIO
A VOZ DO SILÊNCIO
No orvalho da noite
Quando as lágrimas escurecem a alma
Escuto o silêncio!
Os olhos baços, as pernas indolentes
Os sonhos decepados pela ansiedade
A endoidecer!
Esmago o sorriso lançado ao relento
E qual ave ferida que não pode voar,
Dispo-me de todas as ambições
E, neste conflito de emoções
Bebo tua ausência,
E ouço o eco da minha voz
Desaparecer no tempo!...
Manuela Matos
NO SILÊNCIO DA VIAGEM
NO SILÊNCIO DA VIAGEM…
No silêncio da viagem
Esmago as palavras
Que me atropelam o pensamento…
O olhar abarca o sonho
Inacabado,
E no horizonte nascem
Frutos amadurecidos
Pela brisa da manhã…
O sangue corre pelas veias
Como um rio!
Fica o desafio de permanecer
E, num arremesso final
Baralho as emoções,
Solto as palavras
E atiro-as ao vento!...
Manuela Matos
AS MINHAS LÁGRIMAS
AS MINHAS LÁGRIMAS
Embriaga-me o aroma das flores
Que circundam o vale ao fundo dos teus olhos
Adormecida por essa miragem pinto cada matiz
Em forma de estrela,
A cintilar no espaço árido do pensamento
O meu corpo veste-se de sol e de lua
Nos estilhaços que brincam na areia
Moldados à tua imagem
Cada dia morro mais um pouco!
O silêncio das hienas agride-me os sentidos, e mais uma vez
Entrego à brisa da noite as minhas lágrimas...
Manuela Matos
MASTIGO O SILÊNCIO
MASTIGO O SILÊNCIO
Mastigo o silêncio nos rochedos da praia
Onde me deito
A dor aperta cada manhã
Parece que o tempo não existe…
- Já nada é como dantes!
Ancorada na penumbra deste céu
Escrevo poemas que imergem como as ondas, e assim
Permaneço até que o dia vire a página...
Manuela Matos
ADORMECI NO SILÊNCIO DA NOITE
ADORMECI NO SILÊNCIO DA NOITE
Adormeci no silêncio da noite
Que cobriu o meu corpo nu...
Sonhei rasgos de saudade
Nascidos no teu olhar incandescente...
Amanheci aurora
Livre das amarras que ainda me ligam
À terra mãe...
Preciso diluir-me no tempo
Até que as horas não tenham pressa!
Manuela Matos
ENTARDECER
ENTARDECER
Ainda há pouco era dia e já vai entardecendo dentro de mim
As pedras do caminho adormecem silenciosas
Sob o canto das aves, a escuridão embala os corpos
Pudesse eu rebobinar o tempo e parar
No sorriso que escorre do sol!
Preciso alimentar-me da seiva de goji berry
Navegar na ondulação de outras águas
Abandonar-me nos braços envolventes das heras
Enquanto um tear de sonhos hidrata a pele.
Manuela Matos
ANOITECE-ME O OLHAR
ANOITECE-ME O OLHAR
Anoitece-me o olhar quando penso no choro das crianças
Que não podem sonhar…
Inquieta-me este sentimento que trago no peito
Pelas famílias sem alento, pelo passado desfeito…
Rasga-se-me a voz em pranto por cada palavra não dita
Nesse tempo distante e vazio…
Entristece-me o silêncio das noites frias
Que marcam a ausência de um sorriso no horizonte…
Dói-me este viver, esta mistura de emoções e,
Vou folheando os dias que deslizam cadenciados,
Enleando-me em promessas gravadas
Nas pedras do caminho…
Manuela Matos
É URGENTE...
É URGENTE...
É urgente a paz
É urgente o pão
É urgente a saúde
E a educação
É urgente o amor
É urgente o perdão
É urgente não ser
Indiferente
É urgente mostrar
Que somos gente...
Manuela Matos
CONCHAS DE BEIJOS
CONCHAS DE BEIJOS
Basta um olhar sem palavras
Rebobinar a memória de outras eras
Dispersa pela vastidão do mar…
Como faróis teus olhos iluminam a multidão
Sem idade, que caminha apressada para o abismo…
Pudesse eu embrulhar o meu sonho
No teu sorriso infantil de menino sem destino…
Queria dar-te conchas de beijos, escrever-te o mais lindo poema
Antes que a lua adormeça e a voz se dilua pelos caminhos…
Deixa-me levar-te à Kidzania!
Manuela Matos
MELOPEIA DE SENTIMENTOS
MELOPEIA DE SENTIMENTOS
Respiro o ar primaveril em goles cadenciados
Aprisiono o pensamento numa bola de sabão
Não há palavra que não se invente
Não há gesto que se ignore
No cantar acetinado dos pássaros…
Cada dia mergulho no espaço empírico dos sonhos
Na atitude branda dos poetas
- Uma melopeia de sentimentos mistura-se
Com o marulhar das águas que inunda os corpos…
Ainda vejo o sorriso aberto das crianças
Descalças, com olhos cor de mel
Nas suas mãos ainda crescem árvores
Que irão sustentar a cidade
Até que a noite caia sobre o mar!
Manuela Matos
SOLIDARIEDADE
SOLIDARIEDADE
Não me proíbam de sonhar
Pela igualdade
Esculpida a ferro e fogo
No meu direito
De lutar!
Não abafem a liberdade
De poder manifestar
Minha posição
Pela justiça e pela razão!
Não esbofeteiem as palavras
Que saem da minha boca
Para gritar NÃO,
Sempre que discriminam
Meu IRMÃO!
Manuela Matos
AMOR AMARROTADO
AMOR AMARROTADO
O pensamento humedece nas mãos
Quando o silêncio se instala...
Olhar alucinado, reflexos de sal
Escorrem do teu rosto enigmático
Como pétalas esmagadas,
Encharcando os passos pelo chão…
As emoções soltam-se do peito
Num voo cerrado
Até ao limite da exaustão...
Mortifica-me o desejo de amordaçar a voz,
Solta-se a tua imagem
Qual miragem aos trambolhões…
Antes seguir o caminho mesmo que quebrado
De que um amor amarrotado!
Manuela Matos
TUA IMAGEM
TUA IMAGEM
Chegaste num dia sem data
Marcado pela urgência de me encontrares
Tua persistência, tua voz meiga e olhar poético
Tomaram conta de mim...
Emergimos em promessas num silêncio profundo
Soltando beijos em carícias de cetim
Onde os corpos bailando se entregavam...
No teu sorriso embrulhei o meu sonho
Sorvi o néctar inebriante de cada amanhecer
E colei a tua imagem serena e calma
Nos contornos da minha sombra...
Manuela Matos
HERÓIS DO MAR
HERÓIS DO MAR
Eram corajosos marinheiros
Portugueses, homens de valor
Na descoberta foram pioneiros
Desbravando o oceano sem temor!
Aventureiros, fortes, destemidos,
Em caravelas iam a navegar
Expondo-se aos mais diversos perigos
Conquistaram terras de além-mar!
Na História ficaram suas obras
Por enfrentarem as mais duras provas
Protegidos pela mão Divinal!
Merecedores de tão elevada glória,
Deixaram um legado de vitória,
Mote para o Hino Nacional...
Manuela Matos
PASSEIO À BEIRA-MAR
PASSEIO À BEIRA-MAR
Caminho em suaves passos pela areia
Olhando a imensidão do vasto mar...
Absorvo esta paz que me enleia
Ao som de mil gaivotas a cantar...
E chega o fim de tarde, maré cheia,
Eu maravilhada ainda a ver o mar...
Num terno gesto ouço a melopeia
Das ondas, o suave marulhar...
Nesta doce magia que me envolve
Toda a tristeza e angústia se dissolvem
Assim fico, calada, enternecida...
Elevo em oração a voz aos céus
Grata pelo grande amor que vem de Deus,
E que dá mais sentido à minha vida!
Manuela Matos
Passeio à beira mar
Gostei muito.
Parabéns
ANTES QUE O SOL SE PONHA
ANTES QUE O SOL SE PONHA
O tempo passa rápido, velozmente,
Muito em breve o presente será passado
Que possamos libertar a nossa mente
Da insensatez, do medo e do pecado...
É tempo de decidir enquanto é dia,
Antes que o sol se ponha lá nos céus
Devemos testemunhar, levar alegria
A todos os que estão longe de Deus...
Há uma esperança que refulge no horizonte,
Para todo aquele que quiser beber da fonte
Dessa luz que ainda brilha e não tem fim...
Olhemos para Jesus, o Salvador!
Que a todos quer abraçar com terno amor
Não se cansa de chamar – Vinde a Mim!
Manuela Matos