Escrevo como quem escreve

 

Escrevo como quem escreve

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Escrevo como quem escreve
o que pensa,
mas apenas escrevo o que sinto.

Lutas demoníacas ao escrever,
não saber o que pensar ao escrever. Talvez opte por não pensar,

apenas escrever.

Deixa-me usar-te como inspiração
Não sei se sou capaz, mas tenho vontade digo-te que é muita.
Se me deixares, digo:

“Sou capaz de dizer todas as verdades, porquê? porque as vejo,
e se as consigo ver é porque são verdades. Sinto-me ser, sinto-me reconhecer as coisas consigo tocar e cheirar as coisas.”

Já viste como vivemos?
É uma vontade de conhecer tudo,
é uma vontade de querer ser tudo, não perder qualquer pedaço de vida

Consigo ver mil realidades, todas diferentes, mas tocadas todas com a mesma caneta. Escrevo mil verdades, porque o meu corpo as sente. 

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Passeio-me colado as criptas.

Quando dou por mim vejo um cemitério dentro de um cemitério.

Lugar onde antes passei tempo. Lugar que sempre me deu medo e sempre achei enorme.

Agora é pequeno e destruído.

Talvez porque antes vinha com os vivos e agora visito os mortos.

Vejo balas abertas mas espero não ver ossos.

O corpo sem carne é-me muito desconfortável.

Então num dia de chuva como hoje, tudo se torna ainda mais sinistro.

Quando entramos num cemitério temos a necessidade de ficar tristes,

pelo menos era o que achava quando era pequeno. Agora acho confortável.

Talvez por ser dos poucos lugares que é feito de silêncio.

E silêncio-me nos meus pensamentos.

E só penso na infância...

E como sempre me dei a lugares tristes, mas sem nunca pensar no sentimento.

Nunca pensei em nada quando visitava aquele lugar.

Só visitava quem não conhecia, por isso nunca me disse grande coisa.

Agora é diferente.

Por isso detesto crescer, porque as pessoas morrem quando crescemos.

O valor que nunca demos é o que sentimos, e quando queremos não temos.

Pedimos e choramos, somos hipócritas, mas gostamos de o ser,

porque achamos que devemos chamar quem parte e pedir coisas a quem parte

e falar com quem parte. E o único calor que temos é o das velas vermelhas.

Mas já ninguém sente calor, a dois metros de terra já ninguém sente nada.

E ainda dizemos que viverão eternamente.    

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