(In)certezas

 

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(In)certezas

Não permites que eu te queira
Nem de uma,
nem de outra maneira.

Mas é no silêncio dos teus braços
Que te abraço.,
Que me desfaço
em tantos pedaços
Que me desencontro em teus passos...

E terminado o encontro clandestino
Vou embora,
Sem destino,
sem demora...
Desatino!

Algumas vezes perco a hora
Pois me encontro em ti.
E agora,
Jogo tudo isso fora?

De que adianta um sentimento
Que é levado pelo vento
E que de ti não tem resposta?

Fala então
pro meu coração
Que renega o teu não.

Que se perdeu em devaneios
E que já te deseja
Sem receios.

Que, a todo instante, te procura
E que da sanidade a loucura
Procura em teu beijo, a doçura
E da minha solidão: a cura.

Meus olhos converteram-se
em lentes viciadas
que se perderam
Em cada cena filmada...

Pois cada cena retrocedida
Relembra a imagem vivida
Recorda tua pele na minha
E do teu perfume,
a embriaguez que me fascina,
Domina!

Será esta minha sina de ser?
Te querer sem poder?
Te desejar e não ter?
Te procurar e não ver?

Será este o meu destino?
O de sonhar utopias
Que dão a falsa alegria
De, por completo, te ter um dia?

Tenho medo da tua resposta, então,
nem te canses em responder!
Por enquanto, prefiro a doce ilusão
do que a amarga certeza de não poder te ter...

 

Mitcheia Guma Pinto

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