Não há morte tão definitiva como a solidão

 

Não há morte tão definitiva como a solidão

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Não há morte tão definitiva como a solidão

Homens com coração de plástico giram
Em vertebras de gelatina, impondo a morte
Em concreto e por decreto.
Com esta nova doutrina
Vou pedir uma mudança, sem demoras ou hesitações
Neste momento não quero ser homem,
Apenas aspiro a ser cão.
Só tenho que esperar caricias, refeições a horas certas,
Eutanásia, nem pensar, é proibido por lei e regimento.
Então tratem-me bem,
Senão, queixa com eles, que vão para a prisão.
Amigos da solidão, tenham cuidado com a doença,
Não caiam num hospital, ainda aparece alguém,
Talvez confundido, e zás, mais um abatido sem remissão,
E assim acaba o desgraçado, só e sem coleira,
Queria ser só digno
Queria ser só cão.

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