Odor de lagoa Chã…

 

Odor de lagoa Chã…

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Sou igual a fedor de lagoa Chã …

Se abrindo as asas sobre o monte mundo,
Tudo que vi vejo, encanta se escuto, se canta
Tudo quanto vejo, sinto ouvindo minha voz
Humana e abro asas abrindo ao ar meu corpo

Meio vulto, meio sonho curto e eu abrindo
As asas de meu peito escorrendo, o sentir outro,
Humano tão pouco, d’amar algum, sonho
Comum, perdido… o que me fica, nada,

Tudo o que vi vejo, de que me serve ter asas
Se esta alma não voa nem viaja presa à voz
Que é meu eco e acto de negação, vi-me, vejo-me
Ostra da consciência, que é feito da minha,

Se existe, escravo do que escrevo, estéril de dia, 
Inútil à noite e no meio uma vontade de voar
Sobre o mundo que é mais próprio d’outro ser,
Não eu, ser nem sou, nem luar e lago, herança ruim,

Vício d’mil causas absurdas, ocas, loucas,
Sou vulgar, igual a odor d’lagoacho de rãs…

Jorge Santos(01/2018)
http://namastibetpoems.blogspot.com

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Sou igual a fedor de lagoa

Sou igual a fedor de lagoa

Humano tão pouco, d’amar

Humano tão pouco, d’amar algum, sonho
Comum, perdido…

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