Olha - Poema IV da Coletânea Lindos os Amantes do Tempo

 

Olha - Poema IV da Coletânea Lindos os Amantes do Tempo

Português

IV

 

 

Olha

 

Vem

toma-me pelo pulso, não me deixes cair.

 O corcel corre lá perto do Nilo negro.

A lama escorre e os pássaros estão impacientes.

 Olha na margem os crocodilos gordos que dormem preguiçosos.

Que verde está aquela cabeleira no cimo da palmeira.

Faz-me uma igual e arde nela o incenso do teu amor.

Olha lá estás tu de peito nu.

Não desejo cair nesta madrugada de areia e de vento rosa.

Negro egípcio leva-me a sonhar na margem contigo

e a ver os tapetes pachorrentos de fogo verde.

Oh sacerdote apareces na minha mente para me alegrar.

 Oh sacerdote do Templo e do Tempo...

 

Maria da Graça Dias 

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