Sal

 

Sal

Português

Que quero tirar

Tenho sal na língua

Hoje vivo de míngua

E custa habituar.

 

Luzinha, luzinha

Não te vejo, não te sinto.

Devias aparecer, velha amiga

Para iluminar o caminho.

 

Retranca na vida

Ou vida na retranca?

É um jogo sem intervalos

Não trocas a roupa, sobrevives suado

Sempre à espreita, com cuidado.

Não há árbitros, não há faltas

Só um cronómetro maldito

Tic, tac, tic, tac.

Está a contar!

 

Pezinhos e mãozinhas

Tenho-os sim.

Sujo a unha, aperto o dedo

Não temo.

Não tenho medo, não.

Não me aflige o trabalho.

Só o obscuro.

Aquilo que não dominamos.

Sê paciente, dizem-me.

Isso vai passar.

Sim, sim, pois então.

 

Calça as minhas botas

E poderão falar.

A tua casa é o teu mundo

E eu sem ele fiquei

Refeita não estou

Também não diria desfeita.

 

É só um medo traquina

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