Outra luz
Que não peço nada
Nem procuro
Outra sombra
No começo de tudo
Que não aviso
Nenhuma lembrança
Cidade
Sem nome
Agora
Que já não
Te confio
As minhas horas
De liberdade
Sem sobreiros
Para erguer o sol
E cavada de
Algo me diz
Que estás aqui
À peneira
Dos goivos
Do meu jardim
O que falas agudo
Calas nos graves
O compasso
Está parado
É vasto o silêncio
Fechado para fora
E para o fundo
Do ritmo milenar
As ondas do mar
Elevam-se ao silêncio
Espero que chegue
A vez do meu olhar
Que chora em crescente
Prematura a primavera
Que mora junto aos muros
Sem que nenhuma flor silvestre
A despeça no meu sentir estranho
De tão indecisa paragem
Magoa-me
As roupas que vestes
Como quando
Um pássaro louco
Se recolhe no segredo
De asas fechadas
Para desenterrar o céu