Cor(ação)

 

Cor(ação)

Português

Já pararam para pensar que vocês são uns covardes? Onde é que já se viu tamanha coragem para falar de amor, sem pô-lo em prática. Alguma vez, por acaso, já mergulharam de mãos dadas sem ter medo da profundidade? Perdoem-me os exageros, mas antes abrir o peito do que as pernas, para vos mostrar o que é o amor. E eu não sou ninguém para vos ensinar o que quer que seja, mas como uma ação tem sempre uma reação, espero que estas linhas sirvam para que entendam que o silêncio assusta mais. Porque vocês não sabem se a outra pessoa sente a vossa falta ou se, eventualmente, está, aos poucos, a tentar esquecer-vos.

E é complicado quando o amor é só teoria. Toda a gente fala dele, como se amasse alguém. Às quatro da manhã, a cabeça diz para ir. E tu não vais. Mas amas. Como é que estas à espera que a outra pessoa saiba que as borboletas estão a voar aí dentro? Queres que adivinhe, porque és demasiado covarde para lhe bateres à porta? Deixa-me dizer-te que quando amas alguém de verdade entras até pela janela se for preciso. E não perdes tempo, porque quando é amor começas a gastar os minutos com quem vale a pena. E ela vale. Mas não sabe. Porque tu não lhe dizes. E ela não vai adivinhar. E para ela as tuas borboletas estão mortas. É por isso que não sei do que estás à espera, tenho a certeza que estás a ler estas linhas, alguém te está a passar pela cabeça e tu aí:  meio idiota a perder o amor da tua vida depois de já o teres encontrado.

É complicado, porque o amor é intenso demais. Para pessoas que são de menos. E quando o orgulho comanda a história, capítulo nenhum ousa começar.  Ou então não é orgulho, é só uma falta de coragem desmedida qualquer que não te faz ir em frente. Vai, não tens nada a perder. Vai, faz do seu coração a tua casa. Deixa o teu perfume espalhado por lá e rouba-lhe os sorrisos mesmo quando a vida apertar.  E ama, como se olhasses o céu todos os dias, pela primeira vez.

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