Aquele guitarrista é um espectáculo, mesmo admitindo que existem muitos que lhe dão 10 a 0 na guitarrada. Ainda assim, dêem-lhe uma guitarra.
Ele gosta de uns copos, ele bebe a sua inspiração, onde junta o seu feeling natural. Ele aprendeu que não há nada como ter feeling pra chegar e tocar. Saber só não chega, há que arranhar as cordas, fazer a guitarra gemer, chorar, gritar, em simples acordes ou em cordas soltas.
Ele sabe que tem um longo caminho a percorrer, mas a musica dá-lhe esse caminho que, ele, nem procura com afinco. Vai tocando no seu dia-a-dia, vai explorando com os seus dedos todo o sentimento que reside dentro de si, fazendo com que a caixa seja a sua voz, mas ele também canta, umas vezes mal, outras vezes bem. Depende do feeling, depende do momento, depende do copo ou da garrafa, depende do dia!
Ele já não passa sem a sua guitarra e, no entanto, abandonou o seu instrumento no meio do frio e da geada da rua. No dia seguinte as oito da manhã passava mal sem saber da sua "amante", da sua mais q amiga, daquela que não trama.
Ele é um espectáculo e só quer estar. E a guitarra é uma das suas formas de estar, à qual a malta já se habituou.
Camilo Iglésias Real
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