As praxes

 

As praxes

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Visão conceptual da ideologia temática do ato de praxar.

Relativamente a este assunto gostaria de deixar o meu parecer, pois acho que se está a generalizar em demasia. A vida académica é um mundo deveras diferente do resto da sociedade. Esta desmarca-se como sendo uma oportunidade de vincular relações humanas distintas e conceber o espirito de grupo, de ajuda e de trabalho. Na sociedade existe hierarquias, todos estamos cientes disso, desta feita na universidade não é diferente e segue um sistema que cada um se rege pelo que acha pertinente para o seu percurso.

 Ninguém é obrigado a nada no mundo da tradição académica.

Se o estudante universitário aos olhos de muita boa gente é encarado como boémio e de exageros, é certo que pode ser uma premissa, contudo o mundo universitário é muito mais que meros retalhos de lazer…

As praxes são a meu entender algo que deve ser encarado de maneira positiva e objetiva. Isto é, esta serve para um fim que é a integração e aliado a isso pode proporcionar boas relações humanas com uma base de subsistência, bastante forte, para encarar juntamente um percurso que vai ser crucial nas suas vidas e como tal, estar atento a todo o ambiente universitário e seus rituais é parte fundamental de um estudante universitário. Acompanhando o percurso académico e apreciando as convivências, entre humanos que lutam pelos mesmos fins, que é efetivamente o sucesso na vida à procura do seu futuro na instrução, na plenitude das ideias, convictos que querem ser iletrados e estudados para melhor estarem na sociedade, no mundo, na vida. Deste modo, as praxes devem existir assim que bem ministradas. Totalmente de acordo que devemo-nos respeitar e alcançar o sentido dessa palavra, contudo se houver uma preocupação de querer dar ao caloiro uma maneira interessante de ver o mundo académico, estou de acordo que haja praxes, pois mais não seja dá vida aqueles que por vezes estão em baixo, são tímidos, menos sociais…

 Já muita boa gente saio do mundo académico melhor do que entrou, ou seja, nem para todos corre mal, nem para todos é fado.

A ética de cada praxante é que tem de estar afinada, pois cabe a cada um perceber o limite do respeito e dai ser capaz de fazer algo de instrutivo, criativo, didático, integrador, especial, para que os novos estudantes universitários se sintam motivados para enfrentar tantos anos de estudo e de dedicação pelo um bem maior.

Saber praxar também tem que se lhe diga, não é qualquer um que sabe manifestar aquilo que referi anteriormente, por vezes o ser humano acha que a melhor maneira de se fazer ouvir e afirmar sua autoridade hierárquica, tem de rebaixar o outro ser e humilhá-lo, expolo de maneira imprópria a sua dignidade.

Existe, entre outros, códigos de praxes e existe também, entre outros, bom senso. Ou seja, não fazer aos outros o que não gostaríamos que fizessem a nós.

Nem todos são bons pranchastes, nem todos são bons caloiros.

Cada situação é diferente dependendo do meio, do ambiente, das pessoas, da universidade. Ninguém é obrigado a nada na universidade, só vão aqueles que querem, só fica aqueles que querem ficar. Deixemo-nos de pensar que somos “pressionados” por aquilo ou aquele outro para fazer determinada coisa ou situação…

 A quem diga que são os melhores anos das nossas vidas.

Não sou assim tão insensível com algo que é boa tradição e que deve ser uma premissa do mundo universitário, pois é efémera a ideia que existe um mestre e um aprendiz, um superior hierárquico que vai passar valores que vão ser fundamentais para o desenrolar do percurso universitário, fomentando o espirito académico, orientando no bom caminho, impulsionar o gosto pelo que representa e pelo que vai representar, sendo este um ato de cidadania importante na projeção de um cidadão mais ativo, dinâmico, menos inibido e mais disponível para o desconhecido, pois é isto que as praxes devem retratar também.

De maus exemplos esta cheia a sociedade e quando acontecem tragédias generaliza-se e passa-se a mensagem que é algo de negativo, porem devemos encarar as praxes como um culto universitário de integração e que deve ser bem ministrado, e aqueles que forem praxar dever ser capazes para tal, com valores, ideias e respeito pelo outro, nunca pondo em causa, o bom funcionamento das aulas , o percurso académico do universitário e por conseguinte respeitar os códigos de praxes. Se o ser humano for sensato com o que faz e daí perspetivar algo de favorável para o individuo e para a sociedade nas praxes, faz todo o sentido que existam. Por vezes, são os maus exemplos que nos indicam o caminho dos bons exemplos, ninguém do mundo académico vai passar ao lado das situações negativas que andam a ser exibidas e generalizadas em detrimento de uma tradição histórica, de integração ao desconhecido.

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