A arma da desilusão

 

A arma da desilusão

Portuguese

Morri no ano de setenta e um
Homem recente de sonhos imprudentes
Em nome da Pátria e da Nação,
Deram-me a ordem, lutar contra a razão!

Moçambique, terra de outros homens
Terra do sol que nasce no mar,
Nova pátria regada no sangue e ilusão,
Em que marcham armas, no pó negro e humilhado.

Vinte e cinco meses a viver e a morrer.
Pelo dever, Homens e Heróis contrariados
Vivem calados na sede da água perdida,
Com medalhas e remorsos no peito partido.

No ano de setenta e três, com cheiro de morte,
Abraçamos os irmãos nascidos nas balas sem nome,
Regressamos no mar do fim escondido,
Á terra que é Pátria, mas também desilusão.

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