Odisseia de poesia

 

Odisseia de poesia

Portuguese

Vem buscar-me, finalmente!

 

O veneno que fizeste penetrar em mim

E percorrer, célere, as minhas veias

Atingiu a meta, arrancou-me a vida,

A vida que, um dia, eu tanto prezei...

Já não ambiciono percorrer a estrada

Que me levaria a lugares misteriosos e belos,

Percorro agora um caminho tortuoso, nas trevas

Que me leva a lugar nenhum... Não!

Já não tenho meios com que lutar,

Nem, tão pouco, um fim para alcançar.

Deixei a vida, deixei de amar

Para, finalmente, a morte me levar.

Sem razões para olhar para trás e ver,

Sem nada nem ninguém para lamentar

Ter deixado de ver, sentir, beijar, abraçar...

Ninguém chorará a minha morte

Que, de tão estúpida, não tem razão de ser.

A minha vida é arrancada pela raiz

À Terra-mãe que a viu nascer, para que

Jamais alguém como eu possa renascer.

Semente maldita que foi erradicada,

Pois semente maldita não é desejada!

Injeção, veneno, morte letal,

Vem buscar-me, finalmente!

 

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