Escuridão

 

Escuridão

Portuguese

Esta escuridão que não cessa de gritar,

esta montanha que não se cansa de chorar,

as tuas mãos, meu querido, suspensas no amanhecer,

este mar que te leva para o infinito,

quando do silêncio acordam as ninfas coloridas da dor...

este porto sem correntes,

esta cidade endiabrada que foge do teu olhar,

as árvores que tombam... e... e tu não sentes,

esta escuridão,

nas tuas pálpebras de cartão,

submersas em palavras com odor a tristeza,

esta vida, meu querido... esta vida que teima em destruir-te como se fosses pequeníssimas bolas de sabão...

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

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