O dia vai perdendo a cor e as luzes nocturnas dão um ar romântico à paisagem.
As gaivotas voam em V rumo ao sossego e o mar descansa na areia.
O vento embala o cheiro da terra, despindo-nos de cansaços
e as cortinas da sala esvoaçam à luz ténue de uma vela.
A lua ainda não apareceu mas eu sei que está perto.
Entro noite adentro e vagueio qual ave noctívaga.
Pouso num galho escondido e observo na escuridão.
Assusta-me o gato que passa a correr e esvoaço no espaço meio perdida.
Os telhados, passo-os todos.
Voo em direcção à lua que não consigo alcançar.
Sinto na pele a frescura do ar que brinca nas minhas asas.
E não paro de voar.
Continuo no caminho prá lua, onde mais tarde me irei deitar.
Sónia Carvalho Fernandes
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