Sendo minha própria imagem, Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …
Espero
Todos os dias
Encontrar goivos
No meu jardim
Pintar o muro
De branco
No último dia
De Inverno
Para lembrar
Que aí moro
Abro a minha cama
Sobre as estrelas
Uma luz dilui-se
Ao bater do meu coração
Descalço para o adeus
Outra idade eleva-se
Levo os ossos
Das flores
Submersa
No calor
De uma noite morna
Que leva a promessa
Das pétalas
Que se renderam
Ao vento
O sonho é um ilha
Que mesmo coberta não se desfaz
Pudesse eu desflorar-me na areia
Do teu castelo e aí vencer
Como uma flecha em veneno
Veio um cisne branco
Contra a luz
Dependurado no bico
Uma memória solta
Fragmentada no parapeito
Dos meus olhos
Nas asas o voo
Só o vento que não passa
Para fazer entrar o canto
De um pássaro, tão nómada
Quanto eu, nesta suspeita
De que há sempre uma pedra
Que morre antes de ser casa
Sê minha liberdade
Me liberte
Me deixa não voltar
Não olhar para trás
Sê minha
Para todo sempre
Gera vida em seu bento ventre
Sem nada …
O amor não tem campainha Quando passa, é um comboio Sem maquinista nem freio, Despedaça-nos, destroça-nos,
Humano-descendentes
Partitura
Descortinei diante dos meus olhos uma ilusão
Afetou de modo angustiante minha alma
Afligia-me noite e dia sem nenhuma calma