Bolha sem ar

Bolha sem ar

Enquadro toda a minha presença numa bolha.

Dificilmente se rompe

E quando se rompe asfixiam-me.

Respiro em mim todo o ar

Sufocando-me com cada movimento

Contextualizado num desproveito

Desta essência de respirar.

Não respiro para sobreviver

Não respiro por me esconder

Respiro para me libertar

Não conseguindo acalmar

Um espírito prisioneiro

Dessensibilizado e desordeiro.

Ricardo Sousa