LAVAGEM

 

LAVAGEM

Português

Encostado, à janela do tempo,

batem-me murros de vento;

pancadas que abrem meu peito,

que me fazem limpeza e aspiram sujidade

acumulada: pó passivo, antigo,

que vive comigo!

 

O vento bate nas janelas,

abre-as, de para em par!

 

Mais fortes, ainda,

batem-me murros do vento,

para me lavar!

 

Fico molhado; lavado por fora,

mas não por dentro!

 

A água, que de mim escorre,

lava-me de toda a sujidade!

 

Algum pó, que fica,

fica como fermento,

esperando que, um dia,

venha mais chuva e vento,

que me consigam lavar, todo por fora

e também por dentro!

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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

( o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)

Gondomar

 

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