Ser, humano

 

Ser, humano

Português

Nas brumas da realidade

Fugazes momentos que transbordam de vida

Presença única que de ti, universo infindo

Encontro nas vísceras que em mim reclamam

O estar vivido nesta realidade que me afoga

Num mar de caóticas sensações de nada

Procuram incessantemente em mim, a vida

Que desnudo e assim sentida,

No breu do meu olhar se desvanece

Apenas neste profundo ser que de mim renasce

E se aflora abruptamente no meu sentir

Que de ti, universo imenso

Me afunda nesta realidade que desconheço

Que procuro, nunca encontrando o que de ti,

Em mim brota e sempre ansiando,

Em ti me reencontrar, nunca me libertando

Das amarras do presente que cruelmente teima,

Em me arrebatar do que de mim resta

Nunca sabendo onde me encontrar

E assim eternamente procuro,

O que de mim brota nesta realidade

Que teima em permanecer

Apenas na morte encontrando aquilo que em mim,

Desenha e percorre na estrada deste sentir

E que a minha alma abraça

Com medo de nunca se encontrar

E assim, humano, percorro esta longa estrada

Deste sentir em nada e em tudo

Aquilo que em mim se arrebata,

Escrever o poema do sentir desta vida

Apenas encontrando a dor na névoa do teu olhar

Fugindo de mim o desejo de ser,

Que a realidade amarra no meu viver

E eternamente permanecer, não me deixando partir

Para a profundeza do que me rodeia

E em mim sempre tão sorridente e efémera

Ser-se humano ou somente universo,

Universo aquele que habita o meu olhar...

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