Monja

 

Monja

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Na grande correria ao final de um dia bem passado junto ao mar, numa lagoa deslumbrante, no centro de Portugal, distrito de Leiria, mais propriamente em São Martinho do Porto, Monja, quando pegou no secador e ia começar a secar o cabelo olha para o seu dedo anelar esquerdo e dá pela falta do anel que trazia consigo há quase dez anos. Seu olhar parou a olhar para o dedo e seu coração estremeceu. Pensou que poderia ter caído no saco que levou com a toalha de praia, entre outros objetos, mas nada encontrou, a não ser um outro que era era uma aliança... Lá começou a secar o cabelo e seu pensamento em continuidade desalento à procura de como foi possível de repente ficar sem algo que tanto gostava? Onde o teria perdido? Como terá sido que o deixou cair? Estas questões repetiam-se... até que repentinamente, se lembrou de ter ouvido algum ruído cintilante quando abriu a porta do carro para vir para casa. Pensou voltar lá, ao outro dia. Enquanto que, de olhar parado e a ver a imagem do anel no chão, acreditou de que se fosse ao seu encontro naquele instante, ainda o encontraria nesse mesmo lugar. Assim foi. Penteou o cabelo ainda húmido, mudou a camisola e calçou os chinelos e sem que a cachorra desse conta de ela sair, saiu. Desceu as escadas desenfreada e meio atarantada, mas sempre com a imagem do anel no chão e com a certeza de que o encontraria. Monja, entra no carro, e sai em direção ao percurso que a levaria de novo, mas mais rápido, ao sítio deslumbrante onde tinha passado a tarde. Ainda parou no local antecedente, onde tinha parado para tirar uma foto à paisagem, mas sua intuição ditava-lhe para não ficar lá muito tempo, porque não estava aí. Andou, andou, e sem apreciar a paisagem como o fizera nessa tarde chegou à primeira rotunda de São Martinho do Porto, e deu a volta. Logo na saída da rotunda, ao aproximar-se da berma da estrada, onde tinha estacionado, já os seus olhos viam a reluzir algo prateado com tonalidade azul marinha que é a pedra que esse anel tem. Parou o carro e muito grata, apanhou o anel após cerca de três horas lá ter caído e permanecido até à sua chegada. O regresso tornou-se menos agitado, enternecedor e pouco razoável para ser contado a quem quer que fosse. Mas, o anel voltou para o seu dedo. Aquele vazio, marcado com profundidade de aproximadamente dez anos ficou tapado e suprimido de novo como se nunca tivesse desconectado dali.

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