A Verdade do Arco-Íris

 

A Verdade do Arco-Íris

Portuguese

Era uma casa de madeira muito pequenina rodeada por campos verdes. Lá dentro morava um casal Leonor e Tomás. Era o local perfeito para morar. Por lá era tudo muito bonito. Mas Leonor e Tomás não se sentiam bem. Eram pessoas muito carrancudas e pessimistas. Era como se uma parte do seu coração estivesse muito triste. Como se essa parte precisasse de uma chuva de esperança. E um dia, sentados à varanda na cadeira de baloiço Leonor teve uma ideia. -Tomás, nunca ouviste dizer que é o arco-íris que nos devolve a esperança? Tomás respondeu: -Sim mas aqui quase nunca chove. Leonor ripostou: -Não faz mal. Se ele não aparecer fazemos nós o nosso arco-íris. Sempre disseste que se acreditarmos muito nas coisas elas tornam-se realidade. E só não temos acreditado porque nos falta a esperança. Mas agora, agora vamos tê-la de volta! Foram então buscar uma enorme escada, daquelas mesmo grandes e começaram de trincha em punho a pintar o seu arco-íris. Vermelho. Laranja. Amarelo. Verde. Azul. Anil e violeta. Estavam quase a terminar e já se sentiam mais cheios de luz, de amor, de esperança, de harmonia, de sinceridade e tantas outras coisas boas. Parecia que aquelas cores tinham também iluminado a parte dos seus corações que estava escura há já algum tempo. Sentaram-se de novo nas cadeiras de baloiço e foi então que o arco-íris começou a brilhar como só brilharia um arco-íris de verdade. E numa das pontas, lá mesmo onde acabava o arco-íris estava um pote. Um pote feito de cobre. Seria possível? Será que existia mesmo um tesouro no fim de cada arco-íris? Levantaram-se e muito cuidadosamente retiraram a tampa e abriram o pote. Estava vazio. Como era possível? O coração deles voltou novamente a ficar escuro, como quem perde a esperança. Foi então que Leonor virou a tampa de cobre, e viram os seus rostos reflectidos. E de repente a luz, a esperança era tanta que já nem cabia nos seus corações. Abraçaram-se. Foi então que perceberam que eram o tesouro um do outro, ali por entre os campos, naquela pequena casa de madeira e que poderiam ter o arco iris as vezes que quisessem.

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