
Finalzinho de primavera, início do verão. A Imaginação estava inquieta; não conseguia pensar em nada que lhe sugerisse um tema para escrever. Há algum tempo, ela havia esquecido de como era reconfortante sentar em frente ao computador e deixar-se envolver por estórias que iam surgindo não se sabe de onde e iam criando fantasias que se desenrolavam em sua mente, sem mesmo ela perceber. Eram em dias assim, em que ela pensava que não tinha mais nada para escrever que as estórias iam criando vida e dando um sentido em sua vida. Queria escrever como antes, mas percebia que havia algo que não deixava sua mente se soltar e viajar nas asas da Imaginação. A Imaginação era um ser que tinha vida própria. Saía a percorrer os caminhos que sempre percorria até encontrar algo que a inspirasse e a fizesse se sentir viva novamente. Então agora percebia que havia deixado durante muito tempo os seus leitores sem saber por onde estivera escondida. Mas estava aqui agora. Percebeu que já percorrera um caminho infinito e seus cinco milhões de leitores continuavam a visitar seu espaço favorito, embora nunca deixassem nenhuma mensagem que a incentivasse a continuar. Mesmo assim, ela retornava, emergia das suas próprias cinzas e imaginava que novos dias ainda estavam por vir e ela ia continuar acreditando que poderiam ser melhores do que haviam sido no passado.
Débora Benvenuti
Recent comments