Odisseia de poesia

 

Odisseia de poesia

Portuguese

Não, não e não!

 

A minha alma não ficou nas trevas,

Apenas por lá passou...

A réstia de esperança que nela ficou

Apenas se esconde dos perigos

Que a continuam a aterrorizar.

Por ela, resisti a intempéries sem fim...

Regresso à cabana por nós construída à beira-rio,

Rio rebelde, de águas revoltas,

Apenas para desfrutar e reflectir...

Trazer à memória bons momentos, apenas.

À noite, no baloiço do alpendre, olho as estrelas

Que me contam histórias e me fazem sorrir.

De manhã, sento-me na margem do rio,

Sentindo a frescura das suas águas em meus pés.

Não me atrevo a nele mergulhar:

Receio na sua corrente deixar-me levar...

Não, não e não! Não voltarei a sentir

A envolvência das suas águas misteriosas!

Resisto à tentação, luto contra a vontade

Contra conclusões empíricas, pensando que,

Desta vez, poderei ser feliz... Não, não e não!

Ficarei na margem do rio, olhando,

Admirando os reflexos do sol, inquietos,

Tão cheios de esperança... com uma vida tão curta!

Quando o Sol desce para beijar o vale,

Recolho, mais uma vez, à cabana fria,

Vazia, desde o dia em que partiste.

E aguardo a noite, ansiosa,

Para que as estrelas me façam companhia

E me façam, mais uma vez, sorrir.

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