Odisseia de poesia

 

Odisseia de poesia

Portuguese

Este domingo, de madrugada

 

Este domingo, de madrugada, uma parte de mim murchou.

Durante a alvorada, essa mesma parte morreu...

Contudo, fica a alma a sentir

A dor do engano, da dúvida, da solidão,

A dor do rasgo, provocado por um grito

Que se sente ter sido dado em vão...

Quanto sangue esta dor faz derramar?

Quantas lágrimas esta alma vai chorar?

Pediste-me que desfolhasse o nosso livro

Devagar, com jeito...

Mas acabaste de rasgar as pétalas

E destruíste os lírios plantados no nosso amado jardim...

Como poderemos acalmar exaltações

Se as tílias caíram por terra, mortas?

O que não será preciso fazer, para reconstruir a esperança,

A força e a alegria desta alma?

Esta alma que se arrasta no pó da estrada

Para poder encontrar, de novo, toda a sua confiança.

Pedes-me para não esperar, para agir,

E não me deixar levar por palavras, simplesmente te ver...

Não estás, por acaso, a pedir

Aquilo que tu próprio não podes dar?

Chora... e as tuas lágrimas regarão os lírios

E a dor desta alma também...

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